"A bondade de Dona Lucilia ajudou-me muito a amar a Deus.
Quando eu olhava para as imagens do Coração de Jesus,
pensava: “Ele é infinitamente melhor do que ela; como será então Sua bondade?”
Era um ponto de partida para muitas meditações. Sobretudo
quando eu meditava no Sagrado Coração transpassado por Longinos, o que me
causava uma pena enorme:
“Então, depois de Ele ter feito pelos homens tudo quanto fez,
levar no Coração uma lancetada... Acabou dando até depois de morto!”
Depois de morto, é verdade, mas presente de algum modo.
Porque Ele curou — por aquela mistura de sangue com água que saiu do Sagrado
Corpo d’Ele — o tal Longinos, que era meio cego.
Essa bondade de curar um indivíduo qualquer na hora em que este
mete uma lança no Coração d’Ele, me comovia enormemente. E eu pensava: “Se o
Sagrado Coração de Jesus é assim, teve tal bondade nessa hora, a bondade d’Ele
é incalculável, e inclusive tem misericórdia de mim. Eu, portanto, apesar de
meus defeitos, devo caminhar com confiança até Ele.”
Antes de encerrar essas considerações, julgo oportuno lembrar
este raciocínio:
Se realmente eu sou bom e tenho pena dos que sofrem, devo
sobretudo condoer-me dos que sofrem injustiça. Portanto, a minha bondade leva à
combatividade. Porque, vendo alguém sofrendo injustiça, preciso entrar na luta
para fazê-la cessar. Assim, não se é bom quando não se é também combativo.
Diz a Ladainha do Sagrado Coração de Jesus: “Coração de
Jesus, paciente e de muita misericórdia, tende pena de mim.” Em esfera
individual, uma pessoa pode pedir: “Coração de Jesus, paciente e de muita
misericórdia, fazei de mim um leão na defesa de vossa Igreja tão perseguida.”
Plinio Correa de Oliveira Extraído de conferência de 20/9/1994
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